A companhia espanhola de telecomunicações Telefónica anunciou, dia 8, o alcance de um acordo com as duas maiores centrais sindicais do país sobre um plano de reestruturação que prevê o despedimento de 6500 trabalhadores nos próximos três anos.

A empresa fez questão de salientar a atitude colaborante da União Geral de Trabalhadores (UGT) e das Comissões Obreiras (CCOO), para além do consentimento dado ao plano pelo Sindicato dos Trabalhadores das Comunicações (STC-UTS).

O despedimento massivo representa 20 por cento dos cerca de 30 mil trabalhadores em Espanha e perto de seis por cento do quadro de efectivos da empresa em todo o mundo.

Como justificação, a Telefónica alega uma quebra das receitas no país vizinho, onde continua a ser o líder indiscutível do mercado.

O anúncio provocou a indignação dos trabalhadores que recordam os resultados recorde da empresa em 2010, ano em que os lucros líquidos subiram 30,8 por cento, atingindo o montante astronómico de 10 170 milhões de euros.

Recorde-se ainda que a Telefónica é o segundo operador de telecomunicações na Europa, com uma capitalização bolsista de 75 500 milhões de euros, só ultrapassada pela Vodafone.

Em finais de Março, a companhia registava mais de 285 milhões de clientes em todo o mundo (rede fixa, móvel e Internet), ou seja, mais 6,1 por cento em relação ao ano anterior.